28 setembro 2010

Amazônia | Arqueologia no Washington Post


Produzi este ensaio para o MUSA- Museu da Amazônia em 2009. As imagens fazem parte do arquivo editorial da coleção Latin Content, Getty Images e agora foram publicadas no The Washington Post em uma matéria sobre a arqueologia na Amazônia. Aqui está o link http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/gallery/2010/09/04/GA2010090400010.html

17 setembro 2010

Amazônia | BR 319



Fernanda Preto/IPUMA

A BR 319 foi aberta no meio da Amazônia central entre os anos de 1972 e 1973 no período da ditadura militar no Brasil, no projeto de integrar a Amazônia, porém mesmo que tenha sido asfaltada ela nunca recebeu manutenção nos últimos 20 anos de sua existência. Dizem alguns moradores dessas terras que em alguns pontos a estrada até foi dinamitada.

Durante os dias em que estive fotografando para o projeto IPUMA pude perceber e entender o porque de tanta controvérsia no reativamento dessa BR de 880 km de extensão no meio da floresta.

Dentre os vários problemas, pode-se dizer que o desmatamento é a maior ameaça, porque ele não é controlável, o que leva a exploração ilegal da madeira, a caça, a pecuária prejudicando a biodiversidade da mata amazônica, assim como contribui para as alterações climáticas.

Embora não temos o conhecimento do que se passa ao longo da BR, existe bastante movimento de carros que se aventuram nessa travessia, alguns por necessidade e outros por pura aventura.

Neste projeto pude conhecer as áreas das reservas de desenvolvimento sustentáveis de Igapó Açu e Matupiri, onde está sendo feito o diagnóstico para a elaboração do plano de gestão da área.

Minha vivência nesses dias na BR, me fez lembrar um pensamento de Hans Jonas sobre a ética da responsabilidade, que diz que o próprio perigo que se prevê, os possíveis desfechos no futuro, a antecipação do impacto no planeta, as conseqüências na humanidade, isso pode orientar os princípios éticos e os deveres de novo poder, o poder sobre a natureza, onde só a previsão da desfiguração e autodestruição do homem nos ajuda a refletir sobre o que há que preservar e priorizar no homem, diante de tais perigos, e assumir uma posição ou decisão sobre o que se “possa querer”.

A sabemos o que está em jogo quando sabemos quem está em jogo.

E o que está em jogo é: o destino do homem; o conceito que possuímos dele; a sobrevivência física da Humanidade e do planeta; a integridade da sua essência. Tal nos reconduzirá ao conceito de responsabilidade.

Só porque temos a capacidade de alterar os modelos atmosféricos em grandes regiões da Terra e criar novas formas de vida, será que temos o direito de fazer tais coisas?

O problema não é o conhecimento por si só, é antes a aplicação que se lhe dá! Logo, a questão que subsiste para o futuro não tem tanto a ver com o desenvolvimento das próprias tecnologias, mas sim com a forma sábia de implementá-las nas nossas vidas.

Logo, esta nova ética, além de RESPONSABILIDADE, exige SABEDORIA, CONHECIMENTO e HUMILDADE. (Hans Jonas apud Ana Meirelles).