Sempre me surpreendo quando leio Milton Hatoum. Seus textos seguem me acompanhando desde a mudança para a "Cidade Ilhada", Manaus, Amazonas, Amazônia. Lendo um de seus contos "Um oriental na vastidão", viajo até o rio negro e o meu primeiro sentimento quando vi essas águas foi o de reconhecimento. Lembrança boa. Rio que movimenta meu tempo, que mostra os caminhos, que alimenta minha alma e me coloca em memória um passado ainda presente de um mundo recente, desconhecido... Desejo que tem ânsia de conhecimento. De encarar o inusitado. De me jogar a favor do vento que corre dentro dessa mata, densa, emaranhada, infinita... Quis ver de perto esse mundo, e por lá fiquei um tempo, o que agora será acompanhado de retornos... Quis viver esse povo tão receptivo, que olha nos olhos da gente e faz seu mundo ser o nosso também. Durante essas viagens tive muitas conversas boas regadas a cafezinho melado e tapiocas, e outras conversas de olhares trocados que me permitiram fazer alguns retratos.
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